Ossaim
DIA:
Quinta-feira.
CORES:
Verde e Branco.
SÍMBOLOS:
Haste ladeada por sete lanças com um pássaro no topo (árvore
estilizada).
ELEMENTOS:
Floresta e Plantas selvagens (Terra).
DOMÍNIOS:
Medicina e Liturgia através das folhas.
SAUDAÇÃO:
“Ewe ewe assa”
Kó
si ewé, kó sí Òrìsà, ou seja, sem folhas não há orixá, elas
são imprescindíveis aos rituais do Candomblé. Cada orixá possui
suas próprias folhas, mas só Ossaim (Òsanyìn) conhece os seus
segredos, só ele sabe as palavras (ofó) que despertam o seu poder,
a sua força.
Ossaim
desempenha uma função fundamental no Candomblé, visto que sem
folhas, sem a sua presença, nenhuma cerimónia pode realizar-se,
pois ele detém o axé que desperta o poder do ‘sangue’ verde das
folhas.
Ossaim
é o grande sacerdote das folhas, grande feiticeiro, que por meio das
folhas pode realizar curas e milagres, pode trazer progresso e
riqueza. È nas folhas que está à cura para todas as doenças, do
corpo ou do espírito. Portanto, precisamos lutar por sua
preservação, para que consequências desastrosas não atinjam os
seres humanos.
A
floresta é a casa de Ossaim, que divide com outros orixás do mato,
como Ogum e Oxóssi, o seu território por excelência, onde as
folhas crescem em seu estado puro, selvagem, sem a interferência do
homem; é também o território do medo, do desconhecido, motivo pelo
qual nenhum caçador deve penetrar na floresta na mata sem deixar na
entrada alguma oferenda, como alho, fumo ou bebida. Medo de que? Medo
dos encantamentos da floresta, medo do poder de Ogum, de Oxóssi, de
Ossaim; respeito pelas forças vivas da natureza, que não permitem a
pessoas impuras ou mal-intencionadas penetrar em sua morada. Se nela
entrarem, talvez jamais encontrem o caminho de volta.
Ossaim
teria um auxiliar que se responsabilizaria por causar o terror em
pessoas que entram na floresta sem a devida permissão. Aroni seria
um misterioso anãozinho perneta que fuma cachimbo (figura bastante
próxima ao Saci-Pererê), possui um olho pequeno e o outro grande
(vê com o menor) e tem uma orelha pequena e a outra grande(ouve com
a menor). Muitas vezes Aroni é confundido com o próprio Ossaim,
que, segundo dizem, também possui uma única perna. Não se pode por
isso confundir Ossaim com o Saci-Pererê, que é um personagem do
folclore brasileiro. Ossaim é orixá de grande fundamento, que
possui uma só perna porque a árvore, base de todas as folha possui
um só tronco.
De
acordo com a história desse orixá, há uma rivalidade entre Ossaim
e Orunmilá, que reflecte, na verdade, a antiga disputa entre os
Oníìsegùn – mestres em medicina natural que dominavam o poder
das folhas – e os Babalawó – sacerdotes versados nos profundos
mistérios do cosmo e do destino dos seres, os pais do segredo.
Ossaim
é um orixá originário da região de Iraó, na Nigéria, muito
próxima com a fronteira com o antigo Daomé. Não faz parte, como
muitos pensam, do panteão Jeje assimilado pelos Nagô, como Nana,
Omolú, Oxumaré e Ewá. Ossaim é um deus originário da etnia
Ioruba. Contudo, é evidente que entre os Jeje havia um deus
responsável pelas folhas, e Ágüe é o seu nome, por isso Ossaim
dança bravun e sató, a exemplo dos deuses do antigo Daomé.
Uma
confusão latente refere-se ao sexo de Ossaim; é preciso esclarecer
que se trata de um orixá do sexo masculino. Entretanto, como
feiticeiro e estudioso das plantas, não teve tempo de
relacionamentos amorosos. Sabe-se que foi parceiro de Iansã, mas o
controvertido relacionamento com Oxóssi, que ninguém pode afirmar
se foi ou não amoroso, é o mais comentado.
Na
verdade, Ossaim e Oxóssi possuem inúmeras afinidades: ambos são
orixás do mesmo espaço, da floresta, do mato, das folhas, grandes
feiticeiros e conhecedores dos segredos da mata, da Terra.
Características
dos filhos de Ossaim:
Os
filhos de Ossaim são pessoas extremamente equilibradas e cautelosas,
que não permitem que as suas simpatias ou antipatias interfiram nas
suas opiniões sobre os outros. Controlam perfeitamente os seus
sentimentos e emoções. Possuem grande capacidade de discernimento e
são frios e racionais nas suas decisões.